A HORA E A VEZ DO CONSUMIDOR
Para conseguir um crédito, por mais simples que a compra seja ou mesmo por mais baixo valor, o consumidor é fiscalizado. As empresas vão buscar a sua ficha no famoso SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Na verdade deveria se chamar proteção ao calote, pois é isso que as empresas tentam evitar.
Cerca de 50 anos depois de criado, o SPC permitirá a consulta inversa. É isso mesmo, agora é a vez do consumidor se precaver contra o calote. Esse site será lançado na próxima quinta-feira.
O consumidor terá acesso a ferramentas importantes, assim como as empresas têm. Uma delas é a de informações cadastrais e comportamento do mercado (como a empresa está se posicionando no ramo de atuação). Tudo antes de fechar o negócio.
Um exemplo prático disso. No ano passado estudantes contrataram uma agência de viagem para uma excursão de formatura e não conseguiram sequer embarcar. Com esse novo serviço é possível saber o “histórico” da empresa antes. O mesmo dos grandes magazines, buffets, empresas de eventos ou pequenas lojas de bairro etc.
O SPC vai disponibilizar para os consumidores serviços como:
- Consulta se a empresa tem CNPJ ativo
- Quais os sócios que compõem aquela empresa
- Casos de inadimplência
- Ações judiciais (falta de pagamento, não entrega de produtos etc)
O acesso ao SPC será pré-pago. O consumidor adquire créditos para consultas. Os valores dos créditos vão de R$ 9,90 a 199,90.
Além dessa consulta, haverá um canal onde poderá ser negociada uma dívida, dialogando com diversas empresas dentro do próprio site. Se as negociações avançarem será possível imprimir boletos on line.
Por outro lado há também mais segurança para o consumidor comum. Se o usuário for incluído no cadastro de inadimplentes ou mesmo for vítima de fraudes, compras indevidas com o seu CPF, será enviado um alerta avisando.
SPC FOI CRIADO EM 1955
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) foi criado em 1955. E nasceu da necessidade de centralização dos dados do comércio. Pelo menos foi isso o que a direção da “Casas Minerva Roupas Ltda” pediu à Associação Comercial de São Paulo naquela época.
Em 14 de julho daquele ano a Associação criou o primeiro serviço de proteção ao crédito.
A comunicação em nível nacional entre as associações comerciais ou mesmo clubes de dirigentes lojistas, se dá através da Renic (Rede Nacional de Informações Comerciais). A consulta foi facilitada em julho de 2011 com a criação do cadastro positivo, que utiliza dados sobre a pontualidade do consumidor e empresas no pagamento de contas.