A INDIRETA QUE SÓ É DIRETA PARA QUEM ESCREVE! (por Gisela Reis)
Olá como estamos?
Hoje quero falar diretamente com você, caro leitor, que coloca indiretas em redes sociais. Devo alertá-lo que sou extremamente solidária a sua causa, acho uma causa justa, digna!
As redes sociais estão repletas de sofismas, enigmas, elogios sinceros, elogios vazios, humor, enfim, uma série de emoções e ações, porém, não existe coisa mais comum, em uma rede social que a indireta!
A indireta consiste em um desabafo sincero, regado pelas emoções mais primitivas, geralmente, escritas em um português claro; nem sempre correto, mas que deixa evidenciado ao leitor as dores e queixas de quem as escreve.
Uma escrita regada por sofrimento. Como sofre este escritor!?
Sozinho em frente à uma tela de computador, deflagra as mesquinharias do mundo, tornando-se voz, um mensageiro calado de uma nova forma de lamento...a indireta.
Os temas dos lamentos são variados, uns choram pelo amor perdido, outros pelo amigo que não se faz mais presente em sua vida, outros pela arrogância de um conhecido, outros pelo convite não feito, enfim, os lamentos são repletos da falta que alguém faz a outro alguém.
O que falta para os escritores calados das indiretas?
Falta coragem!
Coragem de encarar seu interlocutor/agressor, coragem de assumir-se frente ao amor perdido, coragem de criticar a arrogância do outro, para o outro, coragem de pegar o telefone e ligar para quem faz falta e cobrar sua presença, coragem de olhar o problema e propor soluções, coragem para assumir-se frágil e carente, enfim, falta coragem de encarar que problemas requerem de nós soluções e não lamentos.
Mas onde está minha solidariedade às indiretas? Sou solidária com quem sofre, e a covardia é um dos maiores sofrimentos humanos.
Como faz sofrer ser covarde!
Uma música, linda por sinal, esclarece muito bem:
“O que impede de andar pra frente é a direção que escolheu.
Se um abismo separa a gente quem fez a escavação não fui eu.
Eu sei que gente que tem coragem não finge que nada disso aconteceu.”
Quem não tem coragem, não consegue andar pra frente, sofre por ficar preso a um passado decadente, com um presente devastador e um futuro catastrófico e principalmente, sozinho.
O pior disso tudo é saber que na maioria das vezes a indireta nem cumpre seu papel, pois aquele que deveria recebê-la, nem sempre assume para si o que foi dito ou ainda, nem vê, pois estamos falando em redes sociais, onde a informação morre em segundos.
Portanto, caro leitor, a indireta só é uma direta para quem a escreveu.
Semana quem vem a gente papeia mais...
Drª Gisela Cristina de Souza Lucas Reis é psicóloga-clínica, especialista em saúde mental e consultora de recolocação de mercado e administração do estresse, escreve às sextas-feiras no Caderno no Divã.
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