17.06.13: DOIS GOLAÇOS EM BH

Se com o comportamento da torcida em Recife deu vergonha de ser brasileiro, a massa de Belo Horizonte resgatou o nosso orgulho verde e amarelo. Um show à parte durante todo o dia. Resultado, marcou dois golaços em BH.
O primeiro foi no emocionante cabeceio, no segundo pau, do volante Jonathan Tehau, do Taiti, ao fazer o primeiro gol fora da Oceania, do selecionado da maior ilha da Polinésia Francesa. E seus atletas homenagearam a canoagem, o primeiro esporte taitiano, na comemoração. O torcedor foi ao delírio.
Foi o momento mais emocionante da Copa das Confederações até agora. Os mais de 20 mil torcedores presentes ao estádio do Mineirão torceram, vibraram e aplaudiram o Taiti durante todo o jogo. Lindo. Outra atitude digna, no final, os taitianos reverenciaram o torcedor, agradeceram o apoio. Que lembrança linda que vão levar do nosso país. Isso é que fica para a história, como aconteceu, por exemplo, com Honduras, ovacionada na Copa da Espanha, ou a Dinamarca, amada pelos mexicanos na Copa de 1986.
E, para aplaudir o Taiti, o torcedor de BH não precisou vaiar a Nigéria. E olha que os africanos mereceram por menosprezarem os taitianos. Fizeram 6 a 1, mas deixaram de fazer 12 e isso pode complicar na decisão por saldo de gols com os uruguaios, já que a Espanha deve ser a primeira do grupo. Péssimo exemplo dos nigerianos. Ao invés do gol, cara a cara com o goleiro do Taiti, sempre preferiram o drible, a firula, sem qualquer propósito. Ponto negativo ao técnico, porém esnobe, futebol da Nigéria. Por isso nunca foi a lugar nenhum.
Outro golaço foi do povo que saiu às ruas para protestar contra o gasto exacerbado de dinheiro público na Copa do Mundo e aumento do transporte urbano. Aconteceu em BH, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Até o momento em que escrevo esta coluna do “Diário da Copa” a notícia é que a manifestação, que começou de manhã e terminou à tarde nas proximidades do Mineirão, foi pacífica de ambos os lados, manifestantes e polícia mineira. Ótimo. Para todos.
Os governantes do Brasil precisam voltar a ter “medo” e respeitar o povo. Só com manifestações fortes e respeitosas como essas é que a população consegue aquilo que quer, só assim é ouvida pelos governantes, geralmente trancados em gabinetes espalhados pelos vários palácios brasileiros.
O POVO DO CEARÁ
O povão foi atrás da seleção em Fortaleza. Enquanto treinava no estádio Presidente Vargas, mais de sete mil pessoas pediam a liberação da entrada para ver os jogadores do selecionado brasileiro. Felipão autorizou e os portões foram abertos. Aí sim o povo do Ceará viu o time canarinho, que retribuiu cumprimentando os torcedores.
Parece ter havido simbiose entre o time e a torcida.
O que é de se lamentar é que nenhum desses sete mil populares, que clamaram para ver o treino, vai ver a seleção no Castelão, contra o México. O povo não entra na Copa das Confederações.
Que chato.
por FELIX DIDDIO
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