25.06.13: REVANCHE DE 1950? O BRASIL PERDEU

25/06/2013 19:03

            É só surgir um Brasil x Uruguai decisivo que lá vem a história da Copa do Mundo de 1950, quando a celeste olímpica venceu dentro do Maracanã, no famoso Maracanazo.

            Desde então a imprensa brasileira procura uma revanche. Toda vez. A primeira chance, 17 de junho de 1970, estádio Jalisco, em Guadalajara, semifinal da Copa. O Brasil ganhou. Mas, foi semifinal, no México. Não é uma revanche clássica. Não era a final. Não valeu.

            Em 16 de julho de 1989 mais uma revanche. Final da Copa América, Maracanã. O time comandado por Sebastião Lazaroni venceu. Também não é uma revanche clássica. Era um torneio sul-americano e não um mundial. Não valeu.

            O que poderia ser considerada uma revanche, então? Revanche, revanche mesmo nunca aconteceu e dificilmente acontecerá. Para isso, o Uruguai precisa sediar uma Copa e fazer a final com o Brasil. O jogo que mais se aproximou de uma revanche foi a final do Mundialito do Uruguai, que foi realizado de 30 de dezembro de 1980 a 10 de janeiro de 1981 em Montevidéo.

            A Fifa, para comemorar os 50 anos da primeira Copa do Mundo, realizou um torneio chamado “Copa de Ouro dos Campeões do Mundo – Mundialito 81”, no Uruguai, palco da primeira Copa em 1930. Foram convidados todos os campeões mundiais. Foi disputado o título de campeão dos campeões do mundo.

            A Inglaterra, campeã em 1966, não quis participar. Em seu lugar a Fifa convidou a Holanda que era a então vice-campeã das duas últimas Copas (1974 – Alemanha e 1978 – Argentina).

            No grupo 1 ficaram: Uruguai, Holanda e Itália. Com duas vitórias por 2 a 0 frente aos adversários do grupo, o Uruguai de classificou para a final. Só o campeão do grupo se classificava.

            Já o grupo 2 era formado por Brasil, Argentina e Alemanha Ocidental. O Brasil empatou com a Argentina em 1 a 1 em 04 de janeiro de 1981. A Argentina havia vencido a Alemanha Ocidental por 2 a 1 em 01 de janeiro e o Brasil teria que vencer por dois gols de diferença para ir às finais.

            Em 07 de janeiro o Brasil saiu perdendo da Alemanha e depois, apresentando um futebol rápido e envolvente, conseguiu uma virada que encantou a todos. No final, 4 a 1 para o Brasil e a vaga para a final.

            Essa era a oportunidade. Todos os campeões do mundo reunidos, torneio oficial de caráter mundial, comemorando o cinquentenário das Copas. O Brasil teria a oportunidade de, na casa dos uruguaios, mostrar que era o grande campeão dos campeões do mundo.

            O Brasil perdeu essa chance, o gostinho da tal revanche.

            Início de segundo tempo da final e os uruguaios saem na frente com Barrios. Sócrates, de pênalti, empata logo depois. Seria a virada, como foi em 1950? O Brasil iria calar o estádio centenário com o mesmo placar de 30 anos antes?

            Não, Victorino aproveitou cruzamento e fez o gol do título uruguaio. Foi 2 a 1 para eles de novo.

            E o Brasil perdeu a revanche.

            Por isso, a semifinal da Copa das Confederações não tem nada disso. É a chance do Brasil mostrar ao mundo que está vivo, forte, é um dos favoritos para a Copa do ano que vem e merece respeito.

            Depois, tem que torcer para o Uruguai se classificar para estar no Brasil em 2014 e, quem sabe fazer uma nova final no novo Maracanã.

            Aí será uma revanche?

            Não, não será.

            O título de 1950 é uruguaio, ninguém tira.

E, cá entre nós, nem o Maracanã é o mesmo.

Só o que pode acontecer é um “nuevo Maracanazo”, no novo Maracanã.

Mais nada.

 

Em tempo, o time brasileiro que jogou a final do Mundialito em 10 de

janeiro de 1981: João Leite; Edevaldo, Oscar, Luizinho e Júnior; Batista,

Cerezo, Paulo Isidoro e Tita (Serginho Chulapa); Sócrates e Zé Sérgio.

 Técnico Telê Santana.

 

            por FELIX DIDDIO

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