27.06.13: A LIÇÃO ITALIANA

Quem fará a final da Copa das Confederações com o Brasil será a Espanha, num jogão domingo, 19 horas no Maracanã. Quem deu uma lição de como jogar com a equipe campeã do mundo e bicampeã da Europa foi a Itália.
Num jogo de um 0 x 0 teimoso, as duas equipes pararam na decisão por pênaltis só porque a Itália jogou muito.
Quem prestava a atenção na marcação italiana, aliás, a tradicionalíssima marcação azzurra, ficava encantado. Sim, porque marcar bem também é uma arte e os italianos a dominam como ninguém. Parecia um balé, tamanha a sincronização das duas linhas de quatro e ainda um líbero “falso”. Era mais sobra do que líbero clássico, tipo Franco Baresi.
A Espanha simplesmente “travou”.
O fraco comentarista do Sportv, Lédio Carmona, por exemplo, disse que a Espanha não tocou a bola como está acostumada e mais um blá, blá, blá interminável. Só bobagem. A Espanha não tocou a bola porque a Itália não deixou. É o que chamamos por aqui de “nó tático” do excelente Césare Prandelli em Vicente Del Bosque. Que ótimo técnico o selecionado italiano tem!
A Itália mostrou o caminho.
Nós só não vamos ver a Itália no Maracanã porque a Azzurra não tem um Neymar. Ou melhor, não teve Balotelli, que já está no país da bota devido a um problema muscular. Se o atacante italiano estivesse no jogo o primeiro tempo seria da Itália com tranquilidade. Aí seria um problema para Iniesta, Xavi e companhia furar o bloqueio imposto por Prandelli.
Já o nosso problema é que temos Neymar mas não temos a menor disciplina tática e nenhum esquema de jogo. Nós não temos Cesare Prandelli. Quem senta no banco para orientar o Brasil não tem nível de conhecimento para montar um esquema de jogo desse nível. Parreira talvez. Desde quando Felipão deixaria?
Vamos dar uma dica. Não vai adiantar nada porque o nosso magnífico treinador disse que quanto mais falarem menos ele faz, mas a gente tenta ajudar. E de forma bem simples.
O Brasil deveria jogar assim: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo. O David Luiz dá o primeiro combate e os laterais não descem juntos. O que ficar guardando posição cobre a saída do primeiro zagueiro. Básico.
Daí para frente precisaria de ousadia para o retrógrado treinador brasileiro. O meio de campo teria Fernando, Paulinho, Hernanes e Oscar. Fernando guardando posição na frente dos zagueiros e Hernanes e Paulinho lado a lado, apoiando o ataque e cobrindo os laterais vez ou outra. Oscar flutuaria junto com o ataque com Neymar e Fred. Se fosse mais ousado poderia escalar Bernard no lugar de Oscar e recuar um pouco Neymar, que viria mais de trás, surpreendendo os espanhóis certamente.
Desse jeito a gente iria povoar o meio de campo de marcadores e jogadores que sabem sair jogando e poderíamos impedir o toque espanhol.
A dica está dada.
E Felipão não vai ousar.
Pode ter certeza.
por FELIX DIDDIO
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