AS CINCO LOUCAS (por Danka Maia)

12/01/2014 11:51

    Se houve um momento mágico depois de minha infância foi a minha adolescência. Nossa, foi perfeita, mágica e inesquecível! Éramos um grupo formado de oito mocinhas piradinhas e gente boa toda vida. Inventamos até a OMPA (Organização de Mulheres Procurando Aquilo), porém o "aquilo" não tangia necessariamente num teor sexual, nós procurávamos nossos caminhos, risadas e aventuras, foi uma dessas que escolhi para trazer para o Diálogos do Caderno hoje.

     Cinco de nós voltava de uma andança na Praça Da Vila, em Saquarema, como digo: Meu Paraíso Particular. Já passava da meia noite e nada de ônibus passar, papai não fora nos buscar desta vez, ele era o nosso motorista particular, coitado!

    Olhamos uma para cara da outra na esperança de que alguém tivesse uma ideia daquelas que nos salvaria a Pátria. Andreia resolveu ir mais uma vez saber do fiscal se não restava algum" buzão" perdido que passaria por ali inda que fosse para a garagem, que era no meio do percurso, ou seja, em Porto da Roça. O moço foi enfático:

    _O último já foi mocinha. Sinto muito!

    Foi quando de repente um senhor para num carro olha para mim e diz o nome do meu pai. Não era boba, sabia que pegar carona era algo terminantemente proibido, mas ele foi tão solicito. Pedi licença e fomos para um canto confabular.

    _Não temos outra saída! - proferiu Ana a dona do sorriso mais empolgante que já conheci.

    _Eu não estou a fim de andar daqui a Bacaxá a pé. Não mesmo! - colocou a Mel, Top Model entre nós, a danada sempre foi muito linda.

    _Eu estou com medo! - Se pronunciou Liza, que como de costume tinha medo e pensava nas coisas mais insanas que poderia nos acontecer. Soltou a Lucinha:

    _Pelo amor de Deus meninas! Somos quatro contra um, se ele se fizer de besta a gente o comemos no cascudo! -acompanhada da sua famosa frase. - E além do mais estou apertada, precisando fazer um "xixizinho"!

    Reunião feita, decisão tomada. Retornei ao moço que jazia no veículo não muito lá essas coisas e respondi:

    _Aceitamos! -Adentramos com um belo:

    _Boa noite, tudo bem tio?

    Na parte traseira ficaram Liza, Ana a Mel e Lucinha. E aí iniciou-se nossa aventura. O "tiozinho" era muito legal de verdade. No entanto, a Liza que tinha pânico de tudo começou:

    _É impressão minha ou tem um cheiro de gás nesse carro?

    _Cala a boca, Liza! - sussurrou Ana rindo para descontrair o ambiente. Mas a Liza...

    _Gente não estão sentindo? De onde está vindo esse cheiro de gás? Ainda por cima tão forte!-Virei-me e por mais careta que viesse não adiantava. Lembro que vi a hora da Lucinha literalmente fechar a boca da Liza na marra.

    _Fica quieta estrupício! - balbuciou a Mel.

    Foi quando a revelação bombástica adveio do motorista.

    _Ah...Você deve estar falando é do bujão de gás que tirei da minha cozinha e coloquei aí atrás. Todo mundo deu aquele sonoro:

    _UFAAAAAAAAAA!!!!!!!

    Quando o tio finalizou a narrativa. Sabe como é gasolina está num preço absurdo, então fiz uma "chupeta" no botijão de gás. Peraí! - berrei. - O carro está movendo a base do botijão gás de cozinha da sua casa? - o pavor tomou-me os olhos.

    _Está sim querida, mas não tem perigo não. Para que! O caos instaurou-se:

    _Para o carro que vou descer! - gritou a Liza segurada aos trancos pela Mel e a Ana.

    _Moço para esse automóvel de uma vez por todas que eu quero fazer xixi! - arrumou a Lucinha.

    _Calma meninas! - pediu sereno.

    _Calma? Sou muito nova para morrer! - Perdeu o juízo a Ana. - E eu ainda nem beijei "meu preto", Alexandre Pires do Só Para Contrariar, para moço, para logo!

    A confusão foi tanta que quando demos por nós, estávamos parando próximo a padaria bem conhecida na cidade. Saímos do veículo intoxicada. Liza a ter seus ataques, a Ana a morrer de rir junto comigo, a Mel ganhando "fiu-fiu" da galera da padaria e Lucinha feito louca:_ Preciso de um banheiro tipo para ontem!     Agora é questão de honra! TENHO QUE FAZER XIXI!

    Bora Domingar!

    Danka Maia é professora, escritora, assina o blog Danka Machine e escreve aos domingos no “Diálogos do Caderno”.

 

Tópico: AS CINCO LOUCAS (por Danka Maia)

José Carlos Bortoloti,Lucas Alves,Myrthes Vendramini

Danka Maia | 12/01/2014

Amados,meu simples e sincero agradecimento a cada um de vocês.Sabe,as vezes as pessoas me questionam e a resposta parece não agradar muito.Quando me indagam sobre qual tipo de modalidade literária mais aprecio,a resposta é:Biografia. Sim,passo pelo suspense,dramas e afins.Mas para mim nunca haverá história mais rica do que a verdadeira,aquela que se vivencia para risos e lágrimas, e fico imensamente feliz se por algum segundo consegui leva-los a viver a intensidade desta módica parte de minha vida.Essa é a Danka Maia,essa é a minha história, e findo com a frase de uma canção que permeou a minha adolência:"Temos todo tempo do mundo,somos tão jovens!"
Beijocas!
Isto agradece o carinho e apoio.

Grande Danka!

José Carlos Bortoloti | 12/01/2014

Profe Danka!

Mesmo sendo menino, conseguiu me levar ao contexto, e parecia estarvendo as cinco meninas de Loucas nada tinha,

Ah, essa inocência maravilhosa que vamos perdendo com o tempo.

Belissima narrativa. Levou-me, como leitor, as aventuras de voces.

privilégio têla como colega dos Dialogos do Caderno.

Cumprimentos com afagos na alma

Jose Carlos Bortoloti
Passo Fundo - RS -
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br

TEXTO

LUCIA ALVES | 12/01/2014

Danka,é incontestável,você é um dos grandes nomes da literatura brasileira.Espero sim que os grandes percebam logo isto.Que texto maravilhoso!
É sua marca,seja drama,suspense,tramas e humor,saiba querida é genial a sua criatividade.FÃ!FÃ!FÃ!
Beijinhos!

Cinco Loucas, rsrrs

Myrthes Vendramini | 12/01/2014

Estou rindo da bela história contada por vc....e digo mais, isto pode acontecer com todos nós !!!!

Parabéns !!

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