BOA PREPARAÇÃO E DECISÃO PARA ESCOLHER O CURSO
A escolha do curso é um passo importante para ingressar na universidade. Por isso é preciso avaliar o ramo em que pretende atuar, além das chances de aprovação. Para quem vai tentar o acesso em federais neste meio de ano, através do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), já é possível consultar os cursos e as vagas disponíveis (clique aqui). Cada candidato poderá optar por dois cursos.
As inscrições para o Sisu serão abertas dias 2 de junho e vão até as 23h59 do dia 4. Não há taxa de inscrição, mas só podem se candidatar estudantes que realizaram o Enem 2013 e não zeraram na redação. A classificação é realizada mediante as notas do Exame.
Para ter mais chance de ingressar, o candidato pode acompanhar on-line a concorrência de cada curso e mudar de opção antes do fim do prazo. A primeira chamada será divulgada em 6 de junho, com matrículas nos dias 9, 10, 11 e 13. A segunda chamada, prevista para o dia 24, terá matrículas nos dias 27 e 30 de junho, 1º e 2 de julho.
Para muitos estudantes, a classificação em uma federal através do Sisu passa a ser uma garantia de que vai estar na universidade, e até tranquiliza na busca de outras universidades bastante concorridas.
João Raphael de Souza Morales, 18 anos, é um exemplo. Prestou os vestibulares do Ita, Unicamp, Fuvest e o Enem. Com a nota do Enem foi classificado em primeiro lugar para o curso de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do ABC. “Mas preferi cursar a USP, pois passei na Fuvest também”, conta.
Hoje, João saiu de Sorocaba (SP) e cursa Engenharia Aeronáutica na USP São Carlos (SP), mas até chegar a essa importante conquista percorreu um longo caminho e contou com o apoio de muitas pessoas e instituições, como o Ismart, uma organização não governamental empenhada em gerar oportunidades para bons alunos de escolas públicas, através de bolsas de estudos em escolas de excelência da rede privada.
Veja abaixo a entrevista que o Caderno de Educação fez com João Raphael, .
Caderno de Educação - Conte um pouco sobre você.
João Raphael - Sempre fui muito curioso e gostei de descobrir como as coisas funcionam. Durante o ensino fundamental me apaixonei por astronomia e adorava ler coisas sobre o tema.
CE - Onde estudou e como se destacou para chamar a atenção do Ismart?
João Raphael - Estudava na Escola Estadual Antônio Vieira Campos, em Sorocaba. Descobri o Ismart quando fui chamado na diretoria com mais quatro alunos para receber a notícia de que nós havíamos sido inscritos para fazer uma prova que poderia nos dar uma bolsa numa escola muito boa. Minha professora de matemática foi quem me indicou. Sempre me saí muito bem na matéria dela e a ajudava a corrigir algumas provas, já que sempre terminava muito antes dos outros. Depois do dia em que fui chamado para receber a notícia da inscrição, pesquisei e conheci melhor o Ismart.
CE - Você foi estudar onde? Era longe, mudou de cidade?
João Raphael - Para poder facilitar meu ambiente de estudo e minha locomoção, fui morar com minha bisavó. Na época meu irmão era muito novo e o ambiente na casa da minha mãe não era o melhor para que eu pudesse estudar.
CE - O que isso mudou a sua vida? Como foi sua relação na escola como bolsista?
João Raphael - Assim como todos os outros bolsistas do Ismart, tive minha vida radicalmente transformada. A começar pelo ambiente escolar. Era um local diferente do habitual de uma escola pública. A densidade das matérias era bem maior e isso demandava uma atenção muito maior às aulas. As pessoas e seus hábitos também eram diferentes do que eu estava acostumado e, apesar de todas essas mudanças, fui muito bem recebido pelos alunos da minha turma. Logo fiz muitas amizades, desde alunos a professores e funcionários. Me adaptei muito bem ao Colégio Uirapuru.
CE - Como você vê a importância do estímulo ao estudo, em casa, através de entidades. Como a sua família atuou em relação aos seus estudos?
João Raphael - Acho extremamente importante esse estímulo aos alunos. Vivemos numa sociedade cada vez mais complexa, com um mercado de trabalho cada vez mais exigente. Instituições como o Ismart, que apoiam o jovem de baixa renda e de grande potencial, são propulsores não só para a vida pessoal desses alunos como também para a sociedade como um todo, já que dessa forma uma pessoa de grande talento consegue ter oportunidades de explorar toda sua capacidade.
Minha família sempre me incentivou a estudar e a lutar por meus objetivos. Sempre que podiam, forneciam um ambiente mais propício aos estudos ou me ajudavam com caronas para a escola ou com dinheiro para livros e afins.
CE - Qual o seu sonho de carreira?
João Raphael - Pretendo me formar como engenheiro pela USP e, futuramente, abrir uma empresa e, dessa forma, contribuir com o avanço da tecnologia na sociedade.