ERRO FATAL

24/10/2013 16:50

           

     Texto: Luz Dan

 

            Oito anos de governo Lula, o Brasil muito bem economicamente, já tinha tido outro momento bom num período do governo Fernando Henrique Cardoso e, infelizmente, a economia não se solidificou. Basta analisar o governo Dilma. Filosofias semelhantes dos três governantes, desempenho desigual.

            Pergunta simples. Por que?

            O erro fatal do Brasil e, vamos ser justos, não é culpa exclusiva desses três governantes, pode colocar todos, inclusive Dom Pedro I, no mesmo saco, é nunca investir pesado em tecnologia.

Por exemplo, o Brasil não produz os tijolos, cimento, pedra, cal e areia. O Brasil tem que comprar a casa pronta. Além de ficar muito mais caro, no mercado internacional, na maioria das vezes somos o cliente e não a fábrica. E nossa economia de base? Está sucateada.

            E não se vence esse atraso de uma hora para outra. A saída é a educação. Do primário ao universitário. O país precisa investir em pensamento, em pesquisa. Existe uma demanda de produtos, vamos chamar assim, genericamente, que o Brasil não desenvolve e, por isso, compra de fora. Esses produtos são tecnologias. Um país só é rico quando as produz.

            Nesta quinta-feira (24.10) a imprensa, em especial a Folha de S. Paulo, trouxe dois exemplos do que é não investir em tecnologia.

            Primeiro, na sua coluna, a jornalista Eliane Catanhêde comenta que o Brasil está há 18 anos realizando o leilão do programa FX-2, que consiste na renovação da frota de nossos caças, os aviões que fazem a proteção do espaço aéreo federal. O país não consegue se decidir há 18 anos.

            Catanhêde comenta que a revista “Aero”, editada pela FAB (Força Aérea Brasileira) informa que os Mirage 2000, que cumprem a função de proteção do nosso espaço aéreo, irão se aposentar em 31 de dezembro. Os substitutos ainda não chegaram. O Brasil não produz tecnologia para desenvolver o avião. Tem que comprar pronto e há 18 anos está indeciso.

            O resultado é que, por enquanto, a partir de janeiro o nosso espaço será protegido por caças F-5, mais lentos e com alcance menor. O Brasil vai perder em velocidade e capacidade, que a FAB reconhece ser melhor nas Forças Aéreas da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. E nós é que somos os líderes do continente. Que coisa.

            OUTRO EXEMPLO

            Há quanto tempo você ouve falar em trem-bala no Brasil? Desde que você existe, independente da idade.

            Pois é, nunca saiu do papel. Temos que comprar a tecnologia e isso é muito caro. Inviabiliza. Muito diferente se o Brasil gerasse essa tecnologia.

            A China, por exemplo, há cinco anos, inaugurou seu sistema de trens de alta velocidade. Um sucesso.

            Em matéria publicada pela Folha de S. Paulo são apresentados dados que refletem os benefícios dos trens-bala. Quando a estação de Changsha foi inaugurada, há quatro anos, costumava ficar deserta. Hoje os trens estão lotados. Eles saem em intervalos de minutos para toda a China, sempre com a  lotação completa.

            Uma trabalhadora declarou que visitava a filha, que mora em Changsha, uma vez por ano. A sua cidade fica a 690 km. Depois da inauguração do sistema de trens as visitas passaram a ser mensais. O tempo de viagem, anteriormente, era de um dia. Hoje é de 19 minutos.

            Os trens têm duas vezes mais passageiros por mês do que as companhias aéreas chinesas e o tráfego cresce 28% ao ano.

            Outro dado importante, sob outra ótica. Nas cidades atendidas pelo sistema de trens da China, os trabalhadores são mais produtivos.

            Dá para compreender.

            Gerar tecnologia beneficia a economia do país, a geração de riquezas, distribuição de renda e consequente bem-estar da população.

            A saída só pode ser a educação. Com projeto e seriedade.

 

            Luz Dan

            Jornalista – especial para o Caderno de Educação

            Siga no Twitter: @LuzDan_Luz

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