FLIP COLOCA A POLÍTICA EM PAUTA

03/07/2013 12:21

            A Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) tem o histórico de sempre colocar a política na pauta de discussões. Jamais seus organizadores se omitiram, muito pelo contrário, sempre fizeram questão de discutir os mais diversos aspectos desse tema.

            Imagine, então, no ano em que o homenageado é o militante político Graciliano Ramos, um dos maiores escritores brasileiros, e com as manifestações populares que ocorreram em grande escala no mês passado. É claro que a política está em pauta na histórica Paraty.

            Miguel Conde, curador da Flip, fez questão de ressaltar que a política já estava em pauta antes das manifestações, principalmente com a indicação do homenageado, Graciliano Ramos que ocupou, por exemplo, o cargo de prefeito de Palmeiras dos Índios, em Alagoas.

            Haverá mesas especiais para discutir e tentar entender as manifestações que tiveram o ápice em junho, durante a Copa das Confederações, além dos debates para fomentar e debater o atual momento literário em todo o mundo.

            Na noite de estreia, nesta quarta-feira (03.07.13) o destaque fica por conta do debate na tenda dos Autores que tem como tema: “Graciliano Ramos: a Aspereza no Mundo, Concisão de Linguagem”, com Milton Hatoum.

            Na Quinta-feira (04.07.13) destacamos a programação paralela. A partir das 13h00 tem o importante debate sobre a construção de políticas públicas de incentivo à leitura no Brasil, ação que é defendida e apoiada pelo Caderno de Educação.

            Na sexta-feira (05.07.13) volta como destaque o homenageado com o debate, na tenda dos Autores, sobre a vida política de Graciliano Ramos.

            Outro debate interessante é sobre a escola incentivando a literatura, a escola que desejamos e sonhamos, no sábado, a partir das 10h30. A Flip começa nesta quarta-feira e vai com sua programação recheada de debates, shows, eventos paralelos, exibições de filmes, até o domingo (07.07.13)

            A FLIP

            Entre tantos benefícios que a Flip trouxe ao Brasil, colocar o país na rota internacional da literatura deve ter sido o maior deles.

            A Festa acontece desde 2003. Ao longo desses anos conquistou, justamente, o rótulo de um dos maiores festivais literários do mundo.

            Durante cinco dias são cerca de 200 eventos entre debates, shows, exposições, oficinas, exibições de filmes, apresentações de escolas, sem se esquecer da atenção especial aos professores, principalmente com a realização da Flipinha, destinado às crianças e jovens.

            AS MANIFESTAÇÕES EM DISCUSSÃO

            Em sintonia com o Brasil e refletindo a temperatura do momento político do país, a Dlip organizou debates exclusivamente para discutir os diversos ângulos das manifestações de junho e que, com menos intensidade, ainda continuam acontecendo.

            Na quinta-feira haverá discussão sobre o tema com Vladimir Safattle, André Lara Resende, TJ Clark, Juan Arias e Marcos Vinícius. Um dos temas de discussão mais interessante acontece na sexta-feira. “Da Arquibancada à Passeata, Espetáculo e Utopia” será o tema do encontro entre TJ Clark, Vladimir Safattle e Tales Ab´Saber. A intenção é entender o movimento durante a Copa das Confederações da Fifa.

            A insatisfação com a classe política, um dos eixos centrais da motivação para protestar, será debatida no sábado com o economista André Lara Resende e o filósofo e professor da Unicamp, Marcos Nobre.

            GRACILIANO RAMOS

            O homenageado da Flip 2013 nasceu em 27 de outubro de 1892, em Quebrângulo – AL. Morou no sertão alagoano e pernambucano. No internato em Alagoas publicou seu primeiro conto no jornal “O Dilúculo”. Foi revisor de jornais no Rio de Janeiro como o “Correio da Manhã” e “A Tarde”.

            Entre outros grandes romances “Caetés”, “São Bernardo”, cujo capítulo inicial foi escrito na sacristia da igreja Matriz de Palmeiras dos Índios, “Angústia”, no tempo em que ficou preso, “Vidas Secas”, “Infância” e “Insônia”.

            Depois de seu falecimento, em 26 de janeiro de 1953, foi publicado uma de seus grandes sucessos, “Mémórias de um Cárcere”, assim como “Viagem”.

            Em 2012 mais um surpreendente e histórico lançamento, o livro “Garranchos”, com textos ainda inéditos.