INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
A Ciência é o cérebro da educação de um país. Todo mundo sabe disso, é por isso que o governo federal está investindo em diversos programas que visam investir em ciência e tecnologia em várias fases para formar futuro cientistas.
Ainda no ensino básico, o governo vai distribuir kits de ciências para despertar o interesse nas matérias da área; no ensino médio quer incentivar os estudantes a se tornarem cientistas e professores através de bolsas de estudo e monitoria; já na graduação e pós graduação investe no Ciência sem Fronteiras, que abre nova fase no próximo dia 14 (Mais informações em https://www.cadernodeeducacao.com.br/news/novas-bolsas-do-ci%C3%AAncias-sem-fronteira-a-partir-do-dia-14/).
Mas será que só isso é suficiente? Parece que não. Veja a avaliação que o professor Nelson Valente faz nesse artigo que enviou ao Caderno de Educação e outras abordagens já realizadas no nosso site nos links abaixo.
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Superdotados para o progresso do Brasil
O ingresso do Brasil ao Primeiro Mundo não pode se cingir a um exercício de retórica. Deve ser algo muito mais consistente, que passa pelos cuidados com a educação, a ciência e a tecnologia. Se investirmos apenas 0,5% do Produto Interno Bruto em Ciência aí está o sintoma claro de que nos distanciamos de nações mais desenvolvidas, como é o caso da Coréia do Sul, que hoje coloca 2% do seu PIB em pesquisa científica e tecnológica.
Com um pormenor notável: 70% desses recursos são oriundos da iniciativa privada, que acredita nesse investimento, o que infelizmente não ocorre entre nós. A quase totalidade dos nossos fracos investimentos na área são devidos a recursos federais, colocados à disposição das universidades.
Não se deve desconsiderar o valor dos recursos hoje aplicados no Brasil aos setores de desenvolvimento científico e tecnológico. São 2,4 bilhões de dólares, resultado das muitas campanhas realizadas e da aquisição de uma consciência generalizada a respeito da sua importância. Mas é também claro que estamos muito longe dos recursos ideais.
Veja o caso dos EUA: as universidades americanas disporão este ano um orçamento de 158 bilhões de dólares, mais da metade para projetos de pesquisa básica. Por aí se entende porque cientistas americanos venceram 207 dos 528 Prêmios Nobel distribuídos desde 1901.
Quando se coloca a questão da inserção do Brasil no clube do Primeiro Mundo, gostaria de deixar claro o meu ponto de vista: entrar no Primeiro Mundo não significa vencer a corrida tecnológica, mas acompanhá-la. Um país pertence ao Primeiro Mundo quando contribui para o desenvolvimento da humanidade como um todo. O Brasil poderia estar dedicando maior atenção ao desenvolvimento de vacinas contra a meningite do tipo B e o dengue. No primeiro caso, temos importado vacinas de Cuba, gastando milhões de dólares, quando isso poderia estar sendo feito em nossos próprios laboratórios, com economia e eficiência.
O mesmo pode ser dito em relação à genética. O nosso país tinha resultados apreciáveis, em nível mundial, nas décadas de 50 e 60, mas por falta de apoio a nossa presença foi definhando, tornando-se hoje secundária. A origem da falha encontra-se no sistema escolar ("a escola está preocupada em ensinar - e não fazer o aluno aprender"). A escola quer formar os cidadãos médios, mas é preciso valorizar os bons alunos, aqueles que irão compor as elites científica e intelectual, de onde são extraídos os elementos capazes de sustentar a liderança em setores determinados do conhecimento ou do pensamento.
Há exemplos internacionais do que deve ser feito, como é o caso da Bronx School of Science (NY), que trabalha com alunos superdotados para o ensino de Ciências. Eles são estimulados, por mestres competentes, em laboratórios devidamente apetrechados, para que se ampliem as suas possibilidades de acesso a outros patamares da ciência moderna. As nações desenvolvidas agem dessa forma. Não temos outra saída senão seguir os seus passos.
Nelson Valente é professor universitário, jornalista e escritor. Pesquisador nas áreas de psicanálise, comunicação, educação e semiótica. É mestre em Comunicação e Mercado e doutor em Comunicação e Artes.
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