PAULO FREIRE SEMPRE EM DISCUSSÃO

01/10/2013 15:45

           

           O conceito de educação emancipadora através do método e do legado deixado por Paulo Freire está sendo fomentado pelo Conselho Nacional da Educação (CNE), que  realizou dia 30.09 o seminário sobre o educador com professores e gestores.

            O evento foi mais um que marca a comemoração aos 50 anos da experiência pioneira de alfabetização do método Paulo Freire. A intenção é ampliar a discussão sobre a relevância do conceito freiriano e suas implicações na conjuntura educacional brasileira, especialmente em relação à educação de jovens e adultos.

            A ideia de alfabetizar adultos na pequena cidade de Angicos, Rio Grande do Norte,  idealizada por Paulo Freire na década de 60, se transformou num dos métodos mais eficientes e reconhecidos mundialmente. O método Paulo Freire completou 50 anos em abril/2013 mostrando que a integração do aprendizado com a realidade social é fundamental para a educação que vai além da escola.

            O método Paulo Freire leva em conta a experiência de vida da comunidade para ensinar o que significa cada símbolo e cada palavra. Ao invés de reproduzir uma frase de cartilha como “Vovó viu a uva”, o educador utilizou ferramentas que aqueles aprendizes que trabalhavam  na agricultura conheciam , como terra, tijolo, enxada, cana. Afinal, todos aqueles trabalhadores já teriam visto uma uva?

            O contexto do método leva em conta primeiro a análise do ambiente em que vivem os alunos. Com que cotidiano estão acostumados. Assim, as palavras que aprendem não se tornam apenas representações gráficas, mas verdadeiros significados da vida.

            Nessa concepção, o aprendizado está sempre em evolução, conforme o contexto de vida e de mundo da época, se tornando o verdadeiro agente de conscientização política e social. Embora tenha sido iniciado pela alfabetização de adultos, o método Paulo Freire também é usado com sucesso com as crianças, pois facilita a compreensão.

            O método foi dividido em três etapas: a da investigação, que busca o universo vocabular do aluno e da sociedade em que vive; a da tematização, que indica o significado social das palavras conhecidas e trabalhadas; e por último a problematização e a visão crítica a partir do contexto vivido. 

            Na época dos primeiros escritos, Paulo Freire foi visto como um comunista que traria problemas, e muitas pessoas temeram frequentar as suas aulas. Em 1964, seu trabalho foi interrompido pelo golpe militar, quando foi preso e exilado.

            Com o passar dos anos, porém, recebeu 41 títulos de doutor honoris causa de instituições reconhecidas, como Oxford, Harvard e Cambridge. Foi tema de inúmeras teses, mestrados e doutorados, gerou a criação do Instituto Paulo Freire e do Centro de Referência Paulo Freire, e pela lei 12.612, de 13 de abril de  2012, reconhecido como patrono da educação brasileira.

             Morto em 1997, o filósofo e  educador transformou a história do aprendizado no Brasil e deixou um legado, não apenas um método, mas uma inspiração para todos que trabalham e acreditam na educação transformadora.

 

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