SERRA PELADA

O Brasil já teve a sua “corrida do ouro” e, como deve ser missão do cinema nacional, agora é retratada nas telonas, com a direção de Heitor Dhalia, com Juliano Cazarré, Júlio Andrade, Wagner Moura e Sophie Charlotte, que estreia nos cinemas. Boa dose de cultura que, por muito pouco, não escapa para um simples bangue-bangue.
Dhalia segurou bem a mão e fez um filme que passa bem a atmosfera daquele garimpo, que nasceu quando um simples sitiante foi cavar próximo a uma bananeira, no final dos anos 1970. Ele encontrou uma “pedra estranha” e mostrou-a num bar, A notícia que a pedra era um diamante correu o Brasil e, duas semanas depois, o local já contava com garimpeiros de todo o país.
Cerca de oito semanas depois a União interveio no local. A partir de 1980, Serra Pelada, localizada no município de Curinópolis, no Pará, nas terras da Fazenda Três Barras, propriedade de Genésio Ferreira da Silva, viveu seu auge com milhares de garimpeiros. Oficialmente, na maioria do tempo o ouro encontrado só poderia ser vendido à Caixa Econômica Federal, foram extraídas 30 toneladas de ouro em 5 mil hectares.
A exploração dos garimpeiros é retratada no filme, assim como fora já em 1982 quando, com muita sensibilidade e tino comercial, o grupo “Os Trapalhões” mostrou essa parte triste de um local que era a esperança de vida melhor para muitas pessoas e, consequentemente, famílias.
O enredo fictício, com pano de fundo verdadeiro, mostra dois amigos saindo de São Paulo com a expectativa de encontrar ouro em Serra Pelada. A vida deles é transformada. Um vira gângster e outro esquece todos os seus valores.
E a amizade? E os valores? E o respeito?
Pode a ganância superar tudo isso?
Assista.