VIOLÊNCIA PODE ATRAPALHAR MANIFESTAÇÕES

19/06/2013 14:34

            Os atos de violência podem atrapalhar a série de manifestações que acontecem por todo o Brasil. Isso pode levar a opinião pública a ficar contra os manifestantes que apenas querem reivindicar e exercer dignamente o direito de cidadãos.

            As manifestações nasceram de forma natural e espontânea. A causa foi o motivo do convencimento de cidadãos, de diversos segmentos da sociedade, saírem às ruas e assustarem os governantes. O recado está sendo dado.

            Ontem, em São Paulo, a manifestação que começou com 50 mil pessoas na praça da Sé, segundo números do Datafolha, quase tem final trágico por causa de um número irrisório que tentou invadir o prédio da prefeitura de São Paulo e incendiou um furgão da TV Record. Essas pessoas não refletem o espírito democrático dessas históricas manifestações.

            É preciso conscientizar a todos. Os membros do Movimento Passe Livre tentam, de todas as formas, impedir os atos de violência pois sabem que isso pode ser usado por quem quer o fim das manifestações.

            AUTORIDADES PERDIDAS

            É cada vez maior o popular “corre-corre” entre as autoridades. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad não sabe o que fazer. Sua primeira atitude foi ignorar os manifestantes e afirmar que não os receberia na prefeitura.

            Logo depois, já acuado, disse que queria dialogar, mas não conseguia identificar as lideranças. Conversar com quem? Com 70 mil pessoas?

            Ontem o prefeito não estava na prefeitura. No momento da tentativa de invasão estava conversando com a presidente Dilma e o ex-presidente Lula.

            Nesta quarta-feira ele já deu dois tipos de declaração. A primeira, logo cedo, que estudava atender o pedido para a redução do preço da tarifa do transporte público da cidade de São Paulo. Estimou um prejuízo de R$ 8 bilhões, em quatro anos, para os cofres públicos.

            Já no início da tarde, segundo a Folha de S. Paulo, afirmou que reduzir a tarifa seria uma medida populista. Esse é só o retrato de uma autoridade que não sabe para onde correr.

            O governador Geraldo Alckmin teve a mesma reação de Haddad no início. Ignorou o movimento que reclamava do aumento do preço do metrô. Foi para Paris.

            Quando voltou o movimento tinha ganhado corpo. Mesmo assim Alckmin defendeu a primeira ação truculenta da Polícia Militar. Depois voltou atrás e pacificou-a. Aliás, como é seu dever.

            Ele também não identifica líderes no movimento e por isso o governo não consegue negociar o fim das manifestações.

            O APOIO

            Outro sinal de “nau sem rumo” das nossas autoridades é o comportamento da presidente Dilma Rousseff. Primeiro também ignorou o movimento em São Paulo, bem do tipo “não é comigo”.

            A vaia na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, tirou a presidente do cochilo em berço esplêndido. Logo depois o movimento espalhado por todo o Brasil fez com que Dilma declarasse que as manifestações são legítimas. Não diga!

            Ontem ela já parecia ter um pouco mais de consciência do que está acontecendo. Afirmou que as manifestações enviam um recado aos governantes. O ex-presidente Lula chama a atenção para a grandeza da nossa população. Já o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que estava preocupado com a situação.

            Enquanto isso, totalmente fora de sintonia com o país, o presidente da Câmara dos Deputados e alguns pares postavam fotos no Instagram do passeio que faziam no Kremlin, em Moscou.

            VITÓRIA

            Algo irá acontecer se as manifestações não perderem força, se os atos de violência não colocarem as pessoas de bem contra a parede. O movimento terá vitórias, mas é preciso manter a mesma filosofia, a mobilização natural e o convencimento através da causa.